Perguntas para Descobrir a Autenticidade

14-04-2021

A autenticidade mora em cada um de nós!


A vida de cada um é em si um acto isolado. Por mais família que exista ao nosso redor, por mais colegas de trabalho que estejam sempre presentes, por mais amizades que tenhamos construído ao longo dos anos, cada um de nós deveria responder apenas, e só, por si mesmo.

O que quer isto dizer?

Que tudo o que fazemos é de nossa inteira e exclusiva responsabilidade, independentemente de termos, ou não, sido influenciados por A ou B para o fazer. A resposta final, o acto final, que se identificou com a nossa voz, com o nosso nome, recai inteiramente sobre nós mesmos.


Onde mora a nossa autenticidade?

Sim, onde fica a nossa autenticidade quando a vida que circula a 1000km/h mal nos deixa respirar? Em que espaço mental cabe o nosso próprio pensamento?

Se a resposta a esta pergunta é : "não cabe", então talvez seja tempo de se recordar que antes de sermos esposa, marido, pai, mãe, avô ou avó... somos um ser humano com identidade própria. Gostos próprios. Crenças únicas e pessoais fruto de toda a experiência de vida. E sobretudo, um ser emocional que reage de forma única e exclusiva a cada estímulo que a vida lhe traz.

Se se pergunta a si mesmo "Como posso ser cúmplice do meu parceiro se desconheço a minha autenticidade?", então gostaria de o levar até outra questão bem simples:


O que é ser autêntico?

Convido-o a percorrer o tempo na sua vida em sentido retrógado, vamos até aos seus 7 ou 8 anos de idade, 5 ou 6 se preferir. Vou pedir que se recorde da resposta que costumava dar ao seu pai, mãe ou avô quando o queriam convencer de algo que você enquanto criança não queria fazer, ou aceitar. O que lhes respondeu prontamente? Talvez até tenha batido com o pé ligeiramente para reforçar o seu " Não quero! "... recorda-se?

Pois bem, e o que aconteceu depois disso? Provavelmente, e dependendo da perícia do adulto, acabou por fazer o que lhe pediram... talvez até a troco de algo.

Pois bem, nada a recriminar. Simplesmente dizer-lhe que vários episódios destes consecutivos e multiplicados por anos de crescimento fazem, silenciosamente, com que a criança se comece a moldar ao pensamento do adulto. Que lhe comece a perceber os desejos e - por amor ao cuidador de quem depende emocional e fisicamente - foi aceitando os vários pedidos em troca de paz e amor na harmonia do seu lar.

Porém, crescer neste limbo entre "O que eu quero" e "O que o adulto quer" e ter de, na maioria das vezes, ceder ao que o outro quer irá interferir indelevelmente na sua personalidade.

Consequência?

Quando nos tornamos adultos vamos proceder de igual modo - não apenas para com os outros adultos que nos são próximos, mas sobretudo para connosco mesmos. A primeira, fará de nós seres manipuladores que usarão da estratégia necessária para conseguir o que se pretende; a segunda, causará em nós um processo de auto-sabotagem permanente, que nos fará um dia acordar e perguntar: quem sou eu, afinal?


Colocar os pés à parede!

Por si só, já será um grande avanço se decidirmos colocarmos os pés à parede e dizer: "Tenho de descobrir mais sobre mim, quero saber quem sou!". Mas paralelamente a tudo isto que possa eventualmente estar a acontecer consigo, existe tudo o resto, que não pode parar - e não pára!


- Será este o momento em que vamos olhar para o nosso parceiro, pai ou mãe dos nossos filhos, e lhes vamos pedir ajuda? E se essa pessoa estiver mais confusa do que nós?


Nada para desesperar estimado leitor! E espero que acredite nestas palavras. E como é isso?

Muito bem, tudo isto se resume ao facto de que talvez nós precisemos lembrar quais foram os motivos que nos uniram àquela pessoa há tantos anos atrás.


- O que vi nesta pessoa?

- O que nos levou a decidir criar aqueles filhos juntos?


Procure, leitor. Procura as boas razões. Não seja rápido a responder "já não sei", porque todos sabemos, sempre que queremos, recordarmo-nos do amor que nos uniu a alguém.


- Qual foi o benefício que aquela pessoa trouxe à nossa vida naquele momento, naquela fase da minha vida?

- O que de pior poderia ter acontecido se essa pessoa não tivesse cruzado o meu caminho? Onde estaria eu agora? Que caminhos teria percorrido? Teriam sido melhores? Como posso ter certeza?


O benefício da dúvida.. E o que isso é, afinal?

Ora, o benefício da dúvida será nada menos do que uma crença em algo maior do que nós mesmos e que, mesmo não entendendo porquê, nos levou, naquele dia do nosso passado, até àquela pessoa. A vida - essa coisa maior do que qualquer ser humano - encaminhou-nos para aquela pessoa, aquele contexto, aquele estado emocional em que nós nos encontrávamos quando conhecemos aquela pessoa. Essa pessoa que hoje é o pai, ou a mãe dos seus filhos.


- E se já não reconhecemos hoje aquela pessoa do passado?


Nada mais natural, caro leitor. Esse é o processo natural das coisas pois todos nós estamos em constante evolução. Aperfeiçoamento. Adaptação. E isso implica que muitas das coisas que fazíamos com gosto lá atrás podem já não significar nada para nós hoje. Isso pode significar que muitas das coisas que nos perturbavam lá atrás e nos deixavam furiosos, hoje, podem já não ser mais do que meras constatações da realidade.


- Então porque terá que fingir que é a mesma pessoa?


- Porque não aceitar que também se encontra em constante processo de aprendizagem e que quer encontrar cada vez mais aquilo que melhor a defina como ser humano?


- E se tiver coragem para o fazer, de que forma é que isso irá passar para aquele com quem partilha a mesma casa? Aparentará ser diferente? Melhor? Pior? Insuportável? Ou, quem sabe, mais feliz?


- Alguma vez parou para questionar o seu parceiro(a) sobre a forma como ele o(a) vê? Porquê não? Não há tempo? Vergonha? Orgulho? Timidez? Arrogância? Qual deles? Todos, nenhum?


- E se alguém lhe dissesse que as primeiras respostas a estas perguntas farão um extraordinário avanço na sua relação com o pai/ mãe dos seus filhos?


- E se alguém lhe dissesse que seja qual for a resposta, positiva ou negativa, construtiva ou derrotista, qualquer que seja servirá para mostrar ao outro que há espaço emocional para que se criem estratégias de inter-conhecimento ou reconhecimento entre ambos? E que independente da resposta que surja, algo gerador de cumplicidade entre ambos irá ter início, ou reinício?


- O que representa para si a dor dessa tentativa, em troca de uma cumplicidade maior com quem se uniu anos atrás, e com quem quer continuar a partilhar a educação do pequenino ser humano que nasceu de si? E agora lhe pede tudo, menos uma educação de auto-sabotagem?

Será que as vantagens são tão superiores que valerá a pena tentar?


Pense nisso com carinho.

O primeiro beneficiado é a própria pessoa, sempre. Logo depois, todos os que nos rodeiam e partilham as suas vidas connosco.

Acima de tudo, é bom relembrar que estamos todos numa jornada de autoconhecimento e que ninguém tem as respostas certas para tudo. Mais do que isso, ninguém - que não nós mesmos - poderá saber o que nos faz melhor. O que precisa a nossa alma para nos sentirmos seres completos e em sintonia com a vida.

E nunca, negligencie o que alguém que o ama tem para lhe dizer. São palavras sagradas que precisam ser ouvidas com o coração. É tempo de reestruturarmos as nossas relações mais próximas... porque a vida põe e dispõe sem pré-aviso. E há arrependimentos que podemos e devemos evitar - a bem da nossa permanente evolução neste lugar onde viemos nascer, saberá Deus porquê.



Joana Fonseca

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