Enaltecer os Portugueses ...

31-08-2020

Um panorama sem igual. Todos parámos, de uma forma ou de outra. Muitos de nós vimo-nos a ouvidos com um silêncio que jamais havíamos imaginado em nossa existência. Outros, embora continuando sempre - por força de um ininterrupto trabalho essencial às vidas dos demais - vimos as nossas vidas expostas ao risco de contágio sendo que esse não seria o pior drama mas sim o risco de contágio aos que connosco partilham as suas vidas no final de cada dia. Quantos de nós nos vimos a braços com a exigência de educação dos nossos filhos que teria de ser não somente de alto nível mas também cega - pois só esse amor cego por eles nos poderia tornar melhores seres humanos num momento em que nos vimos privados da nossa, mesmo que simbólica e escassa, liberdade quotidiana. Impôs-se o espaço de reflexão para os que perceberam que afinal já viviam demasiado isolados e fechados no seu próprio mundo, e essas decisões que tomamos por vezes derivadas de certas mágoas, deixam de fazer sentido e recolocam-nos na trémula situação de auto-análise. Não temam, as mudanças vêm sempre adjudicadas a um benefício - mesmo que sejamos incapazes de o reconhecer no imediato.

A todos nós - e aos que dependem de nós e confiam que de nós vem nada menos do que conforto, atenção e segurança - fica a palavra do Agradecimento. Agradecer-vos, estimados portugueses, por terem sido parte da estatística dos países que melhor soube controlar um vírus feroz e sedento de erradicação. Olhem os números minha gente: comparem-se com o resto da Europa, comparem-se com o resto do mundo e reconheçam que nós, povo singelo, da paz e à beira mar plantado conseguimos, sabemos lá por que desígnio, manter-nos tranquilos, salvaguardados e à margem dessa loucura que vimos diariamente abarcar os ditos países maiores e mais evoluídos do que nós - nós, singelos portugueses à beira de um Atlântico nascidos e criados.

Permitam-me agradecer pois a humildade que cada um de vós revelou quando entendeu que era momento de acatar ordens superiores. Agradecer a cada um de vós que continuou um desmesurado trabalho no cuidado às vidas humanas que nunca deixaram de acorrer aos nossos inigualáveis serviços de saúde, com falhas, claro, mas elas existirão sempre e em qualquer país. Agradecer a cada um de vós que redesenhou uma nova vida dentro de casa para que, melhor ou pior, com mais ou menos dinheiro, com maior ou menor felicidade pudessem continuar a educar as suas crianças - que nada podiam entender desta coisa que os impede de brincar lá fora ou de ir à escola. Quantos "porquês" não devem ter ouvido estes pais ...

Agradecer a cada um de vós que num momento tão insólito como uma dita quarentena conseguiram expulsar o medo e deixar falar mais alto a intuição de que haveriam outros mais necessitados, e que por isso, abandonaram por algumas horas o conforto das suas casas para se dedicarem a esses que vivem em crise desde que têm memória de si mesmos e a quem um sorriso aquece, de facto, o coração gelado pelos infortúnios.

Agradecer, com grande estima e admiração (sem lugar para partidarismos, por favor!) a proteção maior de que todos nós portugueses beneficiámos simplesmente por termos nas linhas actuais da governação um tal professor Marcelo. Soberano superior que nos protegeu do caos insano que ainda hoje assistimos em ditas democracias próximas ou longínquas. Não sei o que nos conduziu à bênção dos nossos números de hoje, mas sei reconhecer que o olhar atento deste humano presidente nos encaminhou devagar, devagarinho, à reconquista deste sentimento de que todos nós podemos e devemos partilhar o orgulho de ser parte efectiva deste Quinto Império - um recanto de paz e sabedoria neste planeta que grita por renovação, e harmonia. Sim, seremos uma voz única e credível nesta reconstrução social e humana. E de um modo singular sempre o fomos. O resto, como podemos ver, não salva vidas.

Como terminará tudo isto?

Muito esforço para nos reerguemos de uma economia trucidada e invertida. Muita tolerância pelo outro que psicologicamente poderá ter sofrido danos maiores nas suas emoções. Muita paciência e amor para educarmos os nossos filhos num pós-pandemia que, por mais zelosos que tenhamos sido - lhes deixará marcas a dissolver. Muito trabalho e um arregaçar de mangas a 100% - mas que em nada nos é inédito. Pois estimados lusitanos, essa foi sempre a nossa história, a nossa individualidade, a nossa fé. É que a nossa autenticidade vem daí mesmo: do esforço, da coragem, da humanidade que trazemos entranhada nas veias, da visão que sempre nos fez ver glória onde outros, ao longo de séculos de história, viam derrota. Nós não somos o povo rico mas somos almas ricas de experiência e saber fazer. Está na hora estimados portugueses, de nos erguermos mais uma vez neste arranque de coragem para que todos - em uníssono, e máximo respeito por todos os progressos alcançados até aqui nesta singular pandemia - nos redescubramos enquanto seres humanos, enquanto nação, e parte muito exemplar deste nosso planeta ferido.

Que a boa visão nos guie a todos. E que cada um de nós se deixe guiar pelo melhor de si mesmo.


Joana Fonseca

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